A gestação inicia-se quando o embrião se implanta no útero, ou seja, cerca de três semanas depois da data da última menstruação e uma semana depois de o espermatozóide fecundar o óvulo.
Durante toda a gravidez produzem-se inúmeras modificações no corpo da futura mãe. Embora durante o primeiro trimestre não sejam evidentes exteriormente, são muito significativas.
A revolução hormonal própria deste período tem um efeito enorme sobre o estado de ânimo da grávida, a instabilidade emocional agudiza-se, e as alterações de humor são relativamente frequentes. A sensação de sonolência durante os primeiros meses pode, em algumas mães, ser quase constante.
É durante os primeiros três meses que o bebé se forma. Durante os restantes seis meses o bebé vai apenas amadurecer e crescer. Por isso, o primeiro trimestre é considerado como o mais importante da gravidez e a grávida deve estremar os cuidados quer na sua alimentação, quer na ingestão de quaisquer medicamentos sem prescrição clínica. Deve evitar todos os factores de risco. Muito embora a ingestão de ácido fólico se recomende para diminuir o risco de defeitos no tubo neural - espinha bífida, mielomeningocele, anencefalia - a sua ingestão deve iniciar-se cerca de três meses antes da concepção. Quando a gravidez se confirma já é demasiado tarde pois o ácido fólico já não cumpre a sua função protectora dado que o tubo neural se forma antes que a mulher tenha confirmada a sua gravidez.
Desde o primeiro dia
No momento em que a mulher tem uma relação sexual sem protecção, milhares de espermatozóides passam através da vagina e ascendem até alcançar as trompas de Falópio. Quando a mulher se encontra no período fértil, um deles pode encontrar-se com o óvulo e fecundá-lo. No dia posterior à fusão, inicia-se a divisão celular do ovo, que ainda se encontra na trompa de Falópio. Este divide-se em duas partes iguais, que por sua vez voltam a dividir-se em duas, e assim sucessivamente até completar o processo.
As células agrupam-se em forma de amora e posteriormente, separam-se em dois grupos: as externas – trofoblasto –, que constituirão a futura placenta, e as internas – blastocisto – que darão lugar ao embrião propriamente dito. Formam-se as membranas externas – córion – e interna – âmnios – que constituem o “saco” onde habitará o embrião e o líquido amniótico.
O ovo inicia o caminho para o útero descendo pela trompa de Falópio . A gravidez inicia-se quando o embrião consegue implantar-se no endométrio. A comunicação materno-fetal produz-se através da placenta, que se une ao embrião por meio do que será o cordão umbilical. O cordão umbilical, que se manterá até ser cortado após o nascimento, tem como função transportar os nutrientes e o oxigénio ao bebé, e excretar para o organismo materno o dióxido de carbono e os produtos rejeitados pelo metabolismo fetal.
É durante os primeiros três meses que o bebé se forma. Durante os restantes seis meses o bebé vai apenas amadurecer e crescer.
Passo a passo – como se desenvolve a gravidez
Muito embora algumas mulheres pressintam que estão grávidas, a verdade é que apenas com o atraso menstrual a mulher confirma a sua gravidez. Nesta altura poderemos considerar que desde o início da gestação já decorreram cinco semanas. E assim a gestação decorre da seguinte forma:
Na 6ª e 7ª semanas o coração começa a bater e formam-se os pulmões e o tubo neural.
Na 8ª semana o embrião mede cerca de 10 a 14mm.
Na 9ª semana o embrião mede entre 17 a 22mm. Inicia os primeiros movimentos.
Na 10ª semana atinge cerca de 3cm. Começam a distinguir-se a zona cefálica, o corpo, e um esboço dos membros. Começa a modelar-se o rosto e a formar-se o que serão os dentes de leite. Os órgãos internos que irão dar origem aos grandes sistemas: digestivo, urinário, circulatório, pulmonar, sistema nervoso central e periférico, pele e anexos, continuam o seu desenvolvimento.
Na 11ª semana o embrião passa a denominar-se feto. Mede cerca de 4/5, 5cm. Os principais órgãos já se encontram definidos e em desenvolvimento. A cabeça encontra-se inclinada para a frente e a sua dimensão representa cerca de 50% do feto. Nos dedos das mãos e dos pés surgem as unhas (uma película ainda incipiente). O nariz encontra-se formado.
Na 12ª semana o feto mede cerca de 7,5 cm. Move os membros superiores e inferiores. Os traços do rosto vão-se gradualmente definindo. Formam-se os folículos pilosos que darão origem ao cabelo. Já tem pálpebras, embora ainda se encontrem fechadas.
Na 13ª semana o feto mede cerca de 8,5 cm. A cabeça equivale a um terço do comprimento do corpo. Começam a formar-se os ossos.
Na 14ª semana o feto mede cerca de 10 cm . Começam a formar-se os órgãos sexuais e os músculos.
Na 15ª semana o bebé mede cerca e 12cm. A cabeça mede cerca de 3cm. Os ossos continuam a calcificar-se. Abre e fecha a boca e engole líquido amniótico e elimina-o através da urina.
Meninos e meninas
É o espermatozóide que define se o bebé será menina ou menino.
As células sexuais femininas e as masculinas contêm informação genética, mas os óvulos produzem apenas cromossomas “X”, enquanto que os espermatozóides podem produzir aleatoriamente cromossomas “X” ou “Y”.
Quando o espermatozóide penetra no citoplasma do óvulo e alcança o núcleo, onde se encontra a informação genética, produz-se a fusão e o intercâmbio de cromossomas que dá lugar ao ovo e ao zigoto, primeira célula do bebé a partir da qual se formarão todas as outras. A informação genética do ovo é única, determinada pelos 46 cromossomas fornecidos pelos pais (23 do homem e 23 da mulher). No momento da fusão são definidas as características e o sexo do bebé.
Se o espermatozóide tiver cromossomas “Y”, estes, unidos aos cromossomas “X” da mãe formarão um par “XY”: o bebé será menino.
Se contém cromossomas “X”, somados aos “X” do óvulo o resultado será “XX”, e nascerá uma menina.
Sintomas da gravidez Muito embora nem todas as mulheres tenham os mesmos sintomas, poderemos considerar que os mais comuns são:
Náuseas especialmente ao acordar e vómitos.
Tensão mamária e inchaço.
Sono excessivo e prostração.
Recusa a determinados sabores e cheiros.
Hipotensão. Especialmente nas mulheres que habitualmente sofrem de baixa pressão arterial.
Obstipação. Devido ao excesso de progesterona e às alterações gastrointestinais típicas da gravidez, muitas mulheres sofrem de obstipação durante o primeiro trimestre.
Acidez. Embora a acidez costume surgir sómente a meio da gravidez, algumas mulheres começam a sofrê-la já desde o primeiro trimestre.
fonte:http://familia.sapo.pt/