Gravidez depois dos 35 é desafio?
Em busca da independência financeira e da consolidação da carreira, profissional, muitas mulheres têm protelado o sonho da maternidade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam e revelam que 7,3% das mães têm entre 35 e 39 anos, sendo que 2% delas têm entre 40 e 44.
E, por mais que essa seja uma tendência da mulher moderna, surge sempre algumas dúvidas: mesmo com a evolução da ciência e da medicina, a gestação depois dos 35 anos ainda é um desafio? Quais as chances de gravidez natural, se comparada a uma mulher na casa dos 20 anos? Quais os riscos para a mãe e para o bebê?
O médico ginecologista e especialista em Reprodução Humana Marcelo Kenji Murata afirma que a partir dos 35 anos as mulheres apresentam um declínio da fertilidade (o que diminui as chances de engravidar), em virtude de diferentes fatores, como por exemplo as alterações hormonais.
"Toda mulher já nasce com um número predeterminado de óvulos que serão gastos durante o período reprodutivo, no entanto, devemos entender que os óvulos envelhecem e um dia se tornarão inviáveis para reprodução".
Para a tecnóloga em processamento de dados Elaine Cristina Iba Fragoso, de 36 anos, que há dois meses deu à luz a Miguel, o período gestacional foi muito tranquilo. "Eu tenho uma filha de quase 11 anos e a minha segunda gravidez foi planejada e preparada. Não me submeti a nenhum procedimento médico para engravidar".
Riscos
Murata ressalta que a idade dos óvulos está associada a alterações genéticas e assim algumas mulher ficam mais propensa a gerarem bebês com alterações genéticas, como é o caso das crianças com Síndrome de Down.
"Quando os óvulos com problemas cromossômicos são fertilizados, eles têm uma possibilidade menor de sobreviver e crescer e, por essa razão, é comum que mulheres com mais de 40 tenham abortos espontâneos".
Apesar dos avanços da medicina, as mulheres com mais de 35 anos têm mais chances de sofrerem complicações durante a gestação, apresentando quadro como pressão alta, diabetes, parto prematuro entre outros - porém, fazer um bom acompanhamento pré-natal é um dos fatores que contribuem para a realização do sonho da maternidade.
"Quanto mais saudável estiver a mulher, maiores são as chances da gestação transcorrer com tranquilidade", destaca o especialista.
Para as mulheres que planejam se tornar mães, o primeiro passo é procurar um especialista, verificar se a carteira de vacinação está em dia e, em seguida, realizar todos os exames indicados pelo médico.
"Não demorou muito tempo, uns dois meses depois de parar de tomar os anticoncepcionais, descobri que estava grávida. Então fui ao médico e ele me pediu vários exames para saber se estava tudo bem", conta Elaine.
O especialista comenta ainda que as mulheres com hipotireoidismo merecem atenção especial, pois este problema pode interferir e prejudicar a gravidez.
"Uma suplementação vitamínica de ácido fólico, três meses antes da concepção, pode ajudar a diminuir o risco de má formação do sistema nervoso central do bebê".
fonte:http://www.odiario.com